Parece que o link que apontava para aqui estava quebrado. Tente uma pesquisa, talvez?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após as primeiras respirações circulares bem sucedidas ao tocar Didgeridoo, independentemente da metodologia utilizada, é apenas a prática que fará com que você supere eventuais descoordenações motoras ou pequenas pausas na sonoridade, tornando com o tempo essa respiração fácil e natural! E saiba que é normal haver mudança de sonoridade no momento da inspiração.

Na fase inicial da aprendizagem da respiração circular, é comum a pessoa sentir falta de ar ao tocar, sem saber se o que está sentindo é realmente pela ausência ou pelo excesso de ar nos pulmões. Muitas vezes essa aparente falta de ar se dá pelo excesso de ar nos pulmões, pois a respiração está acontecendo sob a decisão ansiosa da mente, o que pode levar a um exagero na dose de inspirações. É necessário chegar ao ponto em que a respiração circular aconteça por si mesma, deixando o próprio corpo decidir qual é o momento de inspirar!!! Quanto mais isso acontecer, a tendência é a respiração circular se tornar suave e menos ruidosa.

Agora, é só brincar e desfrutar, sem perfeccionismo. 

Se você realmente gostar de emitir o poderoso som do Didgeridoo, perceberá que não há necessidade de ser um expert neste instrumento para já curti-lo intensamente no nível em que você estiver! Essa é uma das bênçãos que o Didgeridoo proporciona, além da maior delas: é fácil, muito fácil estar perceptivo ao que está acontecendo no momento presente enquanto o tocamos, e também é fácil perceber que o próximo som surge por si mesmo a partir dessa perceptividade! Este é um modelo que pode ser transposto para diferentes momentos da vida: o Fluir Criativo surge naturalmente quando estamos realmente presentes, com ou sem o Didgeridoo!!!

METODOLOGIA II

Primeiro Passo:
Abrindo os lábios o mínimo, a cada vez elimine uma pequena quantidade de ar como se você estivesse emitindo "peidinhos sonoros" pela boca um atrás do outro em uma sequência rápida, sem parar, por aproximadamente 1 minuto.

Observe que, ao fazer esse processo ininterruptamente por um minuto ou mais, é inevitável que enquanto o ar é eliminado pela boca através desses “peidinhos sonoros”, a inspiração acontece naturalmente pelo nariz!

Esse é todo o princípio da respiração circular, isto é, eliminação pela boca do ar que está na cavidade bucal enquanto ocorre a inspiração do ar pelo nariz!!!

Segundo Passo:
Diminuir a quantidade desses “peidinhos sonoros”, prolongando a duração deles, mas mantendo o processo ininterruptamente por um minuto ou mais. Observe que a inspiração continua a acontecer naturalmente pelo nariz enquanto esse processo é realizado.

Vá prolongando cada vez mais a duração desses "peidinhos sonoros" até chegar ao ponto de fazer um só “peidinho sonoro” enquanto inspira pelo nariz. Assim, considere como tendo feito esse Passo de uma maneira totalmente satisfatória apenas quando a duração do “peidinho sonoro” for a mesma do que a duração da inspiração pelo nariz.

Terceiro Passo:
Repetir o Segundo Passo e, imediatamente após o término da inspiração, voltar a soltar ar pela boca, só que desta vez vindo dos pulmões, enquanto relaxa os lábios e os vibra como um suave e delicado relinchar ou como se estivesse brincando de imitar o som de um carro ao vibrar os lábios.

Quarto Passo:
Repetir o Terceiro Passo de uma maneira contínua, isto é, ao terminar o Terceiro Passo, imediatamente depois faça-o novamente sem interrupções. Esta já é a respiração circular sem o Didgeridoo!

Quinto Passo:
Sem se preocupar com a sonoridade emitida, faça a mesma sequência do Quarto Passo, só que agora no Didgeridoo.

Muitas vezes convém, ao praticar o Quinto Passo, voltar ao Quarto Passo, pois esse servirá de “modelo” ao Quinto Passo.

Sexto Passo:
Continue a praticar a mesma sequência, procurando agora, aos poucos, emitir a sonoridade própria do Didgeridoo.

Esta é a respiração circular ao tocar Didgeridoo!

METODOLOGIA I

Primeiro Passo:
Encha a boca de água e a elimine através de um jato uniforme que caia aproximadamente em um mesmo ponto à sua frente a uma distância maior do que um metro. Enquanto você faz isso, inspire e expire algumas vezes pelo nariz!

Repita esse processo várias vezes!

Este exercício evidencia que, se é perfeitamente possível eliminar a água contida na cavidade bucal enquanto inspiramos e expiramos pelo nariz, é também perfeitamente possível eliminar o ar contido na cavidade bucal enquanto inspiramos pelo nariz.

É importante manter o jato d’água uniforme e que caia mais ou menos no mesmo ponto à sua frente, pois para conseguir isso é preciso haver impulso da língua e das bochechas juntamente com o controle do jato, sendo esse o mesmo impulso e controle necessários para a saída do ar enquanto se está fazendo a respiração circular. Assim, o impulso e o controle do jato d’água treina a musculatura correspondente para o que virá a seguir.

Do Segundo ao Quarto Passo, o treinamento é feito com um copo com água mais ou menos pela metade, e um canudinho de refrigerante. Quanto mais fino for o canudinho, mais fácil os exercícios, ajudando inclusive se o torcermos, de tal modo que sua cavidade fique menor ainda.

Segundo Passo:
Com a boca cheia de ar, ponha os lábios no canudinho e, ao mesmo tempo em que inspira pelo nariz, elimine o ar que está na cavidade bucal provocando bolhas na água!

As bolhas que saem na água são indicadoras de que realmente o ar está sendo eliminado pela boca enquanto você inspira pelo nariz!

Terceiro Passo:
Igual ao passo anterior e, na sequência, com um mínimo de pausa na feitura de bolhas, agora elimine o ar que vem dos pulmões através do canudinho.

Aqui, as bolhas também são indicadoras de que praticamente não há pausa nessa sequência (eliminação do ar vindo da cavidade bucal e eliminação do ar vindo dos pulmões).

Quarto Passo:
Repetir o Terceiro Passo de uma maneira contínua, isto é, ao terminar o Terceiro Passo, imediatamente depois faça-o novamente sem interrupções, de tal modo que haja o mínimo de pausa na feitura das bolhas.

Esta é a respiração circular usando um canudinho dentro de um copo com água!

A partir do próximo Passo, o treinamento é feito com o Didgeridoo.

Quinto Passo:
Sem se preocupar com a sonoridade emitida, faça a mesma sequência do Quarto Passo, só que agora no Didgeridoo.

Muitas vezes convém, ao praticar o Quinto Passo, voltar ao Quarto Passo, pois esse servirá de “modelo” ao Quinto Passo.

Sexto Passo:
Continue a praticar a mesma sequência, procurando agora, aos poucos, emitir a sonoridade própria do Didgeridoo.

Esta é a respiração circular ao tocar Didgeridoo!

A BASE PARA A APRENDIZAGEM

Para quem já estiver tocando Didgeridoo um pouco, isto é, já estiver emitindo sons com facilidade e naturalidade, fortemente sugerimos que se dedique a aprender a respiração circular. Apresentamos duas metodologias simples para isso, cujo ponto mais desafiador é a decisão de realmente praticá-las!

Antes de iniciar a aprendizagem de tocar Didgeridoo com a respiração circular, é de ajuda criar o hábito de, ao precisar interromper a sonoridade para inspirar, fazer essa interrupção sem tirar a boca do bocal!

Também é muito importante entender que, para fazer a respiração circular, não é necessário nenhum dom especial, como não foi necessário nenhum dom especial para aprendermos a andar ou como não é necessário nenhum dom especial para que uma pessoa aprenda a dirigir um carro. Na verdade, aprender a fazer a respiração circular é bem mais fácil do que esses dois exemplos anteriores, precisando a pessoa simplesmente ajustar sua coordenação motora para algo que não está habituada a fazer.

E atenção, estando no processo dessa aprendizagem, enquanto estiver em um passo concentre-se nele como se não houvesse outros passos, dando tudo de si para entendê-lo e fazê-lo o mais bem feito possível! Assim, só procure entender e fazer o próximo passo depois de fazer o passo em que você está de uma maneira totalmente satisfatória, levando o tempo que for necessário para isso!

O QUE É RESPIRAÇÃO CIRCULAR

A respiração circular é uma respiração que permite que o som não seja interrompido ao se fazer a inspiração do ar. Assim, com ela, a pessoa que toca Didgeridoo pode emitir sons contínuos indefinidamente, permitindo um fluir sonoro harmonioso! Ela também pode ser usada quando se toca outros instrumentos de sopro, como o saxofone e o trompete, por exemplo.

O princípio dessa respiração é bastante simples. Ao tocar Didgeridoo, a expiração do ar que vem dos pulmões se dá pela boca, porém, quando chegar o momento da inspiração pelo nariz, continua-se a expelir o ar, mas agora não o que vem dos pulmões, e sim o armazenado na cavidade bucal. Dessa maneira, a emissão de ar pela boca continua também durante a inspiração, o que permite que continue a produção dos sons do Didgeridoo.

Realizada a inspiração pelo nariz, volta-se a expelir pela boca o ar que vem dos pulmões, e assim por diante. Em outras palavras, o ar constantemente sai pela boca, já que o tocador alterna a eliminação do ar, ora vindo dos pulmões, ora vindo do ar armazenado na cavidade bucal, e procurando ter o mínimo de pausa nessa alternância.

É claro que para eliminar ar da cavidade bucal é preciso, segundos antes, armazenar ar ali, o que pode deixar nesse momento as bochechas como um pequeno balão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada um tem uma maneira própria de tocar Didgeridoo. Portanto, se a sua maneira lhe for agradável, dê a si mesmo plena liberdade de seguir em frente com ela.

No processo de aprendizagem aqui enfatizado, é claro que um professor de Didgeridoo também pode ser útil, tanto mais quanto mais ele der ênfase no estar presente ao tocar, mas não o considere como essencial, pois ele não o é. Aqui, a função mais importante de um professor é estimulá-lo a praticar com as adequadas atitudes, mas esse estímulo você pode encontrar em você mesmo! Agora, se sua prioridade for emitir esse e aquele som específico com o Didgeridoo, e não simplesmente tocá-lo para aflorar a criatividade que surge a partir de sua percepção intensificada, então nesse caso um professor poderá ser de ajuda.

Um ponto na aprendizagem é a respiração circular, também não essencial, mas muitíssimo importante. Aqui, um professor também pode ajudar, mas praticando os exercícios apresentados em “Respiração Circular”, mais abaixo, para quem se dedica de fato a fazê-los é muito fácil aprendê-la! Mas atenção: primeiro aprenda a emitir sons do Didgeridoo com facilidade e naturalidade, para só então praticar esses exercícios.

DICAS TÉCNICAS II

Depois de a pessoa ficar à vontade na produção de sons com o Didgeridoo simplesmente provocados pela vibração dos lábios, ela acaba descobrindo por si mesma que outros fatores determinam variações sonoras. As dicas abaixo podem acelerar descobertas que naturalmente iriam acontecer com o tempo:

– Movimentos da cabeça e do próprio Didgeridoo também desencadeiam diferentes variações sonoras.

– A posição e o movimento da língua determinam importantes variações sonoras ao tocarmos Didgeridoo. É comum a pessoa provocar determinados sons e não ter consciência de que o determinante desses sons é justamente a posição e/ou os movimentos de sua língua. Por exemplo, há uma enorme diferença sonora quando, enquanto tocamos, posicionamos a língua como se fôssemos pronunciar a letra “i” em relação a como se fôssemos pronunciar a letra “o”, ou como se fôssemos falar “tá” em relação a como se fôssemos falar “dá”. Experimente essas diferenças…

– Sons guturais (ruídos ou grunhidos produzidos na garganta) também podem ser acrescentados aos demais sons, o que devido ao efeito amplificador do Didgeridoo em geral dá uma combinação sonora bastante poderosa.

– Sons mais elaborados das cordas vocais, como sons que lembram diferentes tipos de gritos, ruídos ou cantos de animais, também podem ser acrescentados aos demais sons. Por exemplo, enquanto você toca, com suas cordas vocais pode imitar o canto de baleias ou o latido de um cachorro grande ou de um cachorro pequeno. Também enquanto você toca, como se fosse um ventríloquo, qualquer palavra pode ser pronunciada, por exemplo, a própria palavra “Didgeridoo”.

DICAS TÉCNICAS I

– Encostar toda a borda do bocal na pele à volta da boca, de tal modo que obstrua a saída do ar por esse orifício superior e que todo o ar soprado saia pelo orifício inferior. Mas atenção: encoste levemente, apenas o suficiente para obstruir essa saída do ar, pois se apertar com força a tendência é os lábios ficarem “presos”, o que atrapalha a sua necessária vibração, explicada mais abaixo. Lábios soltos e relaxados são o segredo!

– O bocal pode ser encostado no centro dos lábios (tocando de frente) ou na parte esquerda ou direita dos lábios (tocando de lado). Uma maneira de saber qual é o lado de seus lábios que vibra mais facilmente é, sem o Didgeridoo, colocar os dedos de uma mão sobre a metade dos lábios, deixando livre a outra metade e vibrando essa parte livre (como se estivesse imitando o barulho do motor de um carro). Depois fazer o mesmo do outro lado. Comparar qual é mais fácil para você...

– Muitas vezes ajuda molhar os lábios com a saliva imediatamente antes de começar a tocá-lo.

– Enquanto se toca Didgeridoo, manter solta e relaxada a parte dos lábios que está dentro do bocal, pois a maioria de seus sons acontece pelas vibrações dessa região. Assim, para acontecer os sons do Didgeridoo não se deve apenas assoprar o ar, e sim vibrar os lábios enquanto se assopra! Para os principiantes, antes de tocá-lo em geral ajuda fazer exercícios que relaxem os lábios e que lhe provoquem essas vibrações, ao delicadamente relinchar como um cavalo ou provocar sons como se fosse uma criança imitando o roncar do motor de um carro (Brrrrr….). Para efeito de treino, sem o Didgeridoo, convém chegar a um ponto em que essas vibrações dos lábios aconteçam de uma maneira fácil, solta e relaxada na parte dos lábios que normalmente fica dentro do bocal (centro, parte esquerda ou parte direita). Para alguns, esses exercícios dos lábios sem o Didgeridoo são condições necessárias para desencadear a mesma vibração dos lábios com o Didgeridoo.

– Mantendo as vibrações dos lábios dentro do bocal, provoque também variações de movimentos dessa parte dos lábios, o que desencadeia diferentes sons do Didgeridoo. Verifique qual posição dos lábios lhe facilita a criação de uma maior variedade desses movimentos (tocar de frente, do lado esquerdo ou do lado direito).

– Como exercício de fôlego, procure manter pelo maior tempo possível, em uma só expiração, a vibração dos lábios com algumas variações sonoras.

– Diferentes intensidades do ar expirado desencadeiam diferentes sonoridades. Em geral, os principiantes expiram com muita força, o que acaba fazendo com que, desnecessariamente, se cansem rapidamente e acabe logo o seu fôlego. Na verdade, a não ser que haja intenção de provocar determinados efeitos sonoros, não há necessidade de colocar muita força na expiração, podendo soltar o ar de uma maneira lenta e suave. 

– Uma dica referente à higiene é só tocá-lo com a boca limpa, ou seja, só tocá-lo quando a pessoa não comeu nem bebeu nada (exceto água) depois da última vez em que escovou os dentes. Senão, pequenas partículas de alimento acabam saindo da boca e se instalando na parede interna do Didgeridoo, o que em pouco tempo provocaria um odor desagradável.

DICAS BÁSICAS

Horário e duração: é claro que você pode tocar Didgeridoo no horário que quiser e pelo tempo que quiser, mas caso verifique que dessa maneira está tocando menos do que poderia para aproveitar o que o Didgeridoo tem a lhe oferecer, então escolha um horário que lhe seja mais conveniente para tocar.

O tempo mínimo recomendado é de 10 minutos por dia e, conforme sua vontade e disponibilidade de tempo, pode ser mais do que isso, por exemplo, 30 minutos. Com um timer, talvez lhe seja conveniente marcar esse tempo mínimo (timer do celular, por exemplo). Logo você vai perceber que esses momentos de prática diária não são uma obrigação, mas um profundo, saudável e valioso lazer que você mesmo se presenteia.

Local: de preferência, toque em um lugar que lhe dê privacidade, que lhe seja agradável e que tenha uma boa acústica. Em relação à acústica, quanto maior o eco do local onde está posicionado o orifício inferior do Didgeridoo, melhor. Experimente, por exemplo, na quina das paredes do box do banheiro (com o chuveiro fechado, é claro) ou entre uma parede e um armário. A privacidade, além de deixá-lo mais à vontade, também é importante em relação ao respeito aos outros, já que pode haver pessoas à volta que não estejam na disposição de ouvir suas brincadeiras sonoras.

Percepção Intensificada: tocar Didgeridoo, pelo profundo e agradável impacto de suas vibrações sonoras sobre quem o toca, é uma das situações que mais facilitam com que estejamos intensamente presentes, tanto mais quanto mais a pessoa desfruta os seus sons.

Podemos esquematizar orientações quanto a isso:

– Enquanto você toca, procure manter-se presente, ficando atento aos sons emitidos do Didgeridoo ou a qualquer outro elemento do aqui e agora que espontaneamente lhe chamar a atenção momento a momento, mas sem adicionar imagens mentais, pensamentos ou julgamentos voluntários sobre nada.

– Permita o agradável fluir dos sons que surgem espontaneamente a partir dessa percepção intensificada.

– Procure identificar quais são os pensamentos dispersivos que inevitavelmente acabam ocorrendo e, ao identificá-los, serenamente os interrompa, ao voltar a atenção para os sons ou para qualquer outro elemento do aqui e agora que espontaneamente lhe chamar a atenção naquele exato momento.

Se quiser, logo após terminar de tocar permaneça alguns minutos em silêncio, sentado confortavelmente de olhos fechados e com a coluna ereta, procurando manter-se na mesma atitude de percepção intensificada. É provável que você se surpreenda com o quão agradável esses momentos podem ser.

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

Há pelo menos dois processos para aprender a tocar Didgeridoo.

Um é receber instruções de um professor para fazer isso e aquilo, empenhar-se para reproduzir esse ou aquele som e decorar isso e aquilo, como acontece ao aprendermos a tocar qualquer outro instrumento musical.

O outro processo, que aqui enfatizamos, é aprender sozinho, ao fazer do tocar Didgeridoo um treinamento para estarmos com a nossa percepção intensamente voltada para o aqui e agora. O que ocorre é que, sendo nós principiantes ou tocadores experientes, quando conseguimos nos manter presentes ao tocar, nosso tagarelar mental diminui e, como consequência, a criatividade se manifesta naturalmente, o que significa que variações de sonoridade se revelam passo a passo por si mesmas.

Lembre-se: quanto mais uma pessoa estiver atenta ao aqui e agora, menos pensamentos involuntários passam em sua mente! Nesse processo, a máxima é: esteja atento aos sons do Didgeridoo, à sua postura, à posição de sua boca e língua, às suas mãos ao segurar o instrumento, à sua respiração e a qualquer outra coisa que espontaneamente lhe chame a atenção, e tão atento a ponto de haver o mínimo de preocupações em sua mente, inclusive nem se preocupando com o som que virá a seguir!

Isso não quer dizer que, assim fazendo, em dois dias estaremos tocando muito bem Didgeridoo. Não é isso, mas assim fazendo e nos dedicando à prática, de preferência diária, estaremos entrando em um excelente, fascinante e agradável processo de aprendizagem espontânea.

Na escolha do processo de aprendizagem em que estar presente é a meta central, é preciso se abdicar das intenções de nosso ego de tocar como “fulano de tal”, de fazer esse e aquele som maravilhoso, de dar um grande show de Didgeridoo e ser aclamado por isso e coisas assim, por mais tentador que tudo isso possa ser. O Didgeridoo tanto pode ser um instrumento para alimentar o nosso ego como pode ser um instrumento para intensificar a nossa Presença, e as duas alternativas são excludentes uma da outra: quanto mais ego, menos Presença, e quanto mais Presença, menos ego.

Entenda:  estar realmente atentivo ao que se passa no momento presente, sem acoplar pensamentos ao que é percebido, é a chave do aperfeiçoamento crescente!

Antes de escolher o seu processo de aprendizagem, tenha claro o que você realmente quer para si.

Para o sucesso do processo de aprendizagem aqui enfatizado, há apenas três condições: gostar de produzir os sons do Didgeridoo, praticar regularmente e conseguir de fato estar relativamente presente ao tocá-lo. Devido a esse último ponto, convém que a pessoa tenha também certa familiaridade com meditações.

INSTRUMENTO INTUITIVO

Didgeridoo é só um tubo oco, não tem furinhos para ficar tapando e destapando, não tem chaves, não tem palheta, não tem cordas, não tem baquetas, não tem teclas, não tem couro, não tem clave (sol, fá, essas coisas), não precisa de partitura… e tem um som encantador!

Pela sua simplicidade e pelo seu som nos chamar fortemente a atenção, o Didgeridoo é um instrumento fácil de tocar, o que não quer dizer que algumas pessoas não sintam certa dificuldade em aprendê-lo. Mas atenção: essa dificuldade não vem do instrumento, mas de nossas atitudes!

Este é um instrumento intuitivo, não sendo preciso pensar para tocar nem aprender notas musicais, e sim ir experimentando, descobrindo e permitindo que variações de sonoridade se revelem por si mesmas. Lembre-se: como na vida, uma vez dado um passo, o próximo se torna fácil!

Então, não se preocupe com metas distantes. Desfrute o ponto em que você está e prossiga tocando, já que outra característica desse instrumento é que o saborear a sonoridade emitida pode se dar desde a primeira vez em que a pessoa emite um som do Didgeridoo, por mais simples que ele seja.

Saiba: um ponto muito importante na aprendizagem é saborear os sons emitidos, pois saborear implica em prestar profunda atenção sem pensamentos acoplados. Assim fazendo, você facilmente captará sutis variações sonoras e o que as originou, o que inevitavelmente lhe acelera a constante aprendizagem! 

Um passo por vez… e, cada passo, um prazer em si mesmo…

Cuidado, pois aqui a pressa em aprender atrasa o processo de aprendizagem, já que a pressa coloca nossa consciência no futuro, enquanto que a aprendizagem ocorre apenas quando nossa consciência está no presente!

Se você conseguir tocar o mínimo, um sonzinho curto e simples, já está bom. Continue com esse som e, de repente, vai perceber que alguma melhora acontece; prossiga, e novamente vai perceber que outra melhora acontece… É assim, como na vida… constantemente alguma situação está nos ensinando a viver com sabedoria, e a nossa parte é ficarmos atentos e assimilarmos as aprendizagens oferecidas.

Insistindo, já que é muito difícil para o ego aceitar esta verdade: o importante não é tocar bem, o importante é se sentir bem ao tocar!

E, para nos sentirmos bem ao tocar, basta simplesmente estarmos imersos no momento presente, seja naturalmente atentivos à sonoridade que produzimos, independentemente de qual ela seja, seja naturalmente atentivos aos movimentos que acontecem em nossa boca, lábios, língua e/ou cabeça enquanto o tocamos, e permitirmos o fluir espontâneo que surge dessa imersão.

TAMANHO

Em geral, os Didgeridoos Aumkar têm 1,30m de comprimento ou um pouco mais, até 1,40m, e entre 6,0cm a 8,5cm de diâmetro da cavidade.

A qualidade sonora de um Didgeridoo depende muito de uma boa proporção entre comprimento e o diâmetro de sua cavidade. As boas proporções variam conforme o material de que é feito o Didgeridoo. Assim, uma determinada proporção entre comprimento e diâmetro pode ser boa para um material, mas não para outro.

Para ilustrar, e considerando um Didgeridoo feito com o bambu MADAKE, um de 1,30m de comprimento com 6cm de diâmetro da cavidade tem em geral uma sonoridade melhor do que um de 1,40m de comprimento com os mesmos 6cm de diâmetro. Ou seja, para a sonoridade ser agradável, um Didgeridoo relativamente mais comprido precisa ter também um diâmetro da cavidade relativamente maior.

Os Didgeridoos Aumkar de aproximadamente 1,30m de comprimento têm normalmente a tonalidade em Dó (se menores que 1,30m, podem chegar a Ré), e os de aproximadamente 1,40m têm normalmente a tonalidade em Si (se maiores podem chegar a Lá e, se ainda maiores, em Sol).

Quanto mais comprido e espesso o Didgeridoo, mais grave o som. É comum os leigos acreditarem que quanto mais grave o som, melhor a sua sonoridade, o que não é necessariamente verdade, pois ao ouvirem diferentes instrumentos com boa sonoridade, a preferência varia muito no espectro dos mais agudos para os mais graves.

Além do critério sonoro, a escolha pode levar em conta a “agilidade” ao tocar. Os mais graves facilitam um tocar lento, e os menos graves facilitam um tocar rápido, isto é, com rápidas variações sonoras.

Em relação a principiantes, em geral eles têm mais facilidade de aprender com Didgeridoos não tão graves, pois os mais graves exigem maior volume de ar.

BOCAIS DE NOSSOS DIDGERIDOOS

Uma grande vantagem dos Didgeridoos Aumkar é que neles não há necessidade de estreitar o bocal com cera de abelha ou com qualquer outra substância externa ao bambu, já que seu próprio anel esculpido é usado para esse fim.

Desse modo, a resistência dos bocais de nossos Didgeridoos é bem maior do que se o seu estreitamento fosse feito por substâncias outras que não o próprio bambu, além de não se ressecarem com o tempo e de poderem ser usados com tranquilidade por veganos (ausência de cera de abelha).

Observação: raramente, quando o anel do bocal tem a superfície acentuadamente mais funda no centro do que na sua borda, usamos uma mistura de cola com pó de serra fino não para estreitar o anel, mas para elevar a sua superfície.

Acima, imagem de um de nossos Didgeridoos para ilustrar o bocal, lembrando que agora eles não são mais decorados, já que a artista não está mais disponível.

COLHEITA DOS BAMBUS

Para manter a alta qualidade dos Didgeridoos Aumkar, os bambus MADAKE são colhidos na época ideal: já amadurecidos (em geral, quando têm mais de 4 ou 5 anos de idade), em períodos de seca, que na região de sua plantação correspondem geralmente aos meses de maio, junho, julho e agosto (meses sem a letra R), no terceiro ou quarto dia da lua minguante e bem cedo pela manhã.

Outro ponto é que a vara do MADAKE é cortada a aproximadamente 15 cm do solo logo acima de um de seus anéis. Assim, não se coleta água de chuva dentro do toquinho que restou, impedindo a criação do mosquito da dengue e o apodrecimento desse toquinho, o que prejudicaria o rizoma.

NOSSA MATÉRIA PRIMA

“Quando o ego desaparece, você se torna simplesmente um bambu oco, um instrumento de sopro nos lábios de Deus.” Osho

“Podemos facilmente viver sem carne, mas não sem bambu.” Confúcio

Bambus são milenarmente conhecidos como tendo a ressonância ideal para instrumentos de sopro, bastando para isso usarmos as espécies adequadas para cada tipo de instrumento.

Os Didgeridoos Aumkar são feitos com uma espécie diferenciada de bambu, chamada MADAKE (Phyllostachys Bambusoides), que além de seu diâmetro e ressonância ideais para este instrumento, o que lhe dá uma excelente sonoridade, é leve e muito pouco vulnerável a pragas, por conter menos amido e uma seiva amarga.

Outra importantíssima vantagem do bambu Madake é ser muito resistente a condições climáticas adversas, diferentemente de outras espécies de bambu com porte compatível para a feitura do Didgeridoo, como por exemplo o bambu Mossô e o Hatiku, que trincam ou racham com certa frequência em períodos de baixa umidade do ar.

Além disso, do ponto de vista ecológico, os bambus também são os melhores materiais para se fazer Didgeridoos, já que o bambu é a planta do planeta que cresce mais rápido, tendo assim um elevado poder de sequestro de carbono. Lembramos que eles são colhidos já maduros, portanto, em uma fase que não vão mais crescer. Outro fator favorável aos bambus é que são notórias suas propriedades de conservação do solo.

Mais um ponto ecologicamente vantajoso é que ao cortarmos uma vara do MADAKE, não estamos matando a planta, já que essa é formada por um conjunto de varas unidas entre si por uma raiz chamada rizoma. Assim, ao cortarmos uma vara, estamos dando força ao conjunto restante, o que facilita a formação de uma nova vara.

Essa espécie de bambu não é de touceira, mas alastrante, isto é, as varas não são agrupadas formando uma moita, e sim estão bem separadas entre si, unidas pelo rizoma, formando um bosque.

Como todo bambu, o MADAKE tem gomos ocos separados por anéis, os quais precisam ser totalmente rompidos para criar o Didgeridoo, menos o anel correspondente ao bocal, que requer uma escultura especial.

Observação importante: os bambus Madakê não precisam receber nenhum verniz ou qualquer outro produto de proteção externa, pois têm uma resina natural que os protege e lhes dá brilho. Nos Didgeridoos Aumkar, apenas o bocal, sua base e seu interior recebem stain, verniz ou selador para diminuir a possibilidade da ocorrência de mofo.

A PALAVRA "AUMKAR"

“Aumkar” significa o som eterno, o som supremo, o som de todos os sons, o som não criado, o som sem som, o som que sempre esteve presente, o som da própria existência, o próprio portal para a existência, o palpitar do coração da existência, a ponte para o templo do divino…

O som do Didgeridoo é uma boa representação de Aumkar, tanto mais quanto mais a consciência de quem o toca estiver no momento presente!

Assim, nada mais alinhado do que ter a palavra “Aumkar” como a marca dos Didgeridoos que produzo, já que o “casamento” entre Didgeridoos e Meditação é natural para quem conhece ambos. 

Sim, claramente tocar Didgeridoo pode se tornar facilmente uma poderosíssima e agradável Meditação, mas o prazer e os benefícios ao tocá-lo acontecem independentemente do foco ao tocá-lo ser ou não uma Meditação!

BENEFÍCIOS AO TOCÁ-LO

Para quem desfruta os sons do Didgeridoo, tocá-lo é uma excelente maneira de despertar a criatividade e a espontaneidade e de relaxar a mente acelerada, descansando-a e deixando-a mais aguçada, além de aumentar a vitalidade pelo aumento da expansão respiratória provocada. Tocá-lo também pode se tornar um profundo lazer pessoal e uma agradável meditação.

Uma explicação para alguns de seus benefícios percebidos é a expiração prolongada que ele exige, o que naturalmente ativa o Sistema Nervoso Parassimpático, desencadeando assim a sensação de bem-estar e calma.

Esses relatos acima são comuns entre os tocadores de Didgeridoo, embora sejam poucas as pesquisas científicas em relação aos seus benefícios. Dentre elas podemos citar:

• Em uma pesquisa publicada pelo British Medical Journal, entre várias outras pesquisas sobre o mesmo tema, concluiu-se que tocar Didgeridoo regularmente, e fazendo a respiração circular enquanto se toca, ajuda a reduzir o ronco e a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono quando essas anomalias são devido à fraqueza da musculatura das vias aéreas superioras.

• Em um Trabalho de Conclusão do Curso de Naturologia, da Universidade Anhembi Morumbi, realizado por Fábio Simões Cardoso e Manfred Konrad Richter, concluiu-se que tocar Didgeridoo eleva significativamente o Tempo de Expiração Máxima (TEM) ou fôlego, além de ter efeitos importantes na diminuição da ansiedade e da vulnerabilidade ao estresse, havendo também indícios a serem melhores investigados de melhora na tonalidade da voz e de ser um fator auxiliar no combate ao tabagismo.

A PALAVRA "DIDGERIDOO"

A maioria dos estudiosos do assunto considera que a palavra “Didgeridoo” é onomatopaica (palavra cuja pronúncia imita o som natural do que ela denomina), inventada por ocidentais. Mas alguns consideram possível ser ela uma derivação de duas palavras irlandesas: dúdaire ou dúidire, que tem vários significados, como “corneteiro”, “fumante inveterado”, “soprador”, “pescoçudo”, “abelhudo”, “aquele que cantarola”, “cantor de canções populares com voz macia e aveludada”, e a palavra dubh, que significa “negro”, ou duth, que significa “nativo”.

Na Austrália, há pelo menos 45 sinônimos para o nome Didgeridoo, dependendo da tribo ou da região. Estão entre esses sinônimos: bambu, bombo, kambu e pampuu, todos diretamente se referindo a bambu, o que indica, entre outros estudos, que os primeiros Didgeridoos eram feitos de bambu. Há outros sinônimos que, na linguagem dos aborígines, também têm alguma relação com bambu: garnbak, illpirra, martba, jiragi, yiraki e yidaki, sendo esses dois últimos os nomes mais usados para Didgeridoo pelos aborígines australianos.

SONORIDADE DO INSTRUMENTO

Os chamados “civilizados” fora da Austrália apenas recentemente o descobriram, impressionando-os pelo seu poderoso som grave, muitas vezes lembrando sintetizadores e mantras, e por facilmente criar harmônicos (overtones).

O Didgeridoo pode ser tocado sozinho, pelo puro prazer de emitir seus sons “viscerais”, como também pode acompanhar outros instrumentos, dando uma composição muitas vezes surpreendente.

SACRALIDADE DO INSTRUMENTO

Das diferentes culturas atuais, a dos aborígines australianos é a mais antiga, e eles consideram o Didgeridoo um instrumento sagrado, originalmente tocando-o em seus rituais místico-religiosos.

Mesmo para uma pessoa comum, o som do Didgeridoo intriga. Sob o impacto de seu som, é habitual identificarmos um silêncio interior profundo em quem o ouve. Parece que ele nos remete a lembranças primordiais que nosso consciente não consegue identificar, e é comum pessoas que nunca o ouviram antes comentarem sobre o seu som: “Sinto que ele me é muito familiar, e estou me sentindo muito preenchido com este reencontro…”

O fato é: o Didgeridoo emite uma forte vibração quando o tocamos, dando uma sensação de força e poder em quem o toca e uma sensação de magia em que o ouve.

ORIGEM DO INSTRUMENTO

Uma das lendas sobre a origem do Didgeridoo conta que, em um tempo em que não havia estrelas no céu, que evidenciam nossa pequenez frente a este Universo, e em que não havia música, que aflora nossa sensibilidade, um grupo de aborígines se reuniu à volta de uma fogueira simplesmente para apreciá-la. O mais atento deles percebeu que de um pedaço de madeira em chamas saíam pequenos insetos.

Sentindo compaixão por eles, rapidamente tirou aquele pedaço de madeira da fogueira e, vendo que era oco, assoprou-o para o alto para retirar os insetos da quente madeira. Ao assoprar, o som do Didgeridoo ecoou pela noite e, ao irem para o alto os pequenos insetos, transformaram-se em estrelas...

Lendas à parte, o Didgeridoo realmente veio dos aborígines do norte da Austrália, sendo, segundo alguns historiadores, o instrumento musical mais antigo do mundo. Considerando pinturas rupestres encontradas naquele país, estima-se que exista há aproximadamente 40.000 anos.

Acima, imagem de um de nossos Didgeridoos com a ilustração dessa lenda, lembrando que agora eles não são mais decorados, já que a artista não está mais disponível.

DIDGERIDOO, O QUE É

Didgeridoo é um instrumento musical de sopro, consistindo em um tubo oco sem nenhum orifício, a não ser em suas duas extremidades, sendo que em uma delas há um bocal.

Em geral, tem forma cilíndrica ou cônica e o comprimento entre 1 a 2 metros, variando o som conforme o tipo de material de que é feito, o grau de secura desse material (quando houver possibilidade dessa variação), seu comprimento, diâmetro de sua cavidade, espessura e grau de rigidez de sua parede, sua forma, tamanho e tipo de bocal e maneira de tocá-lo. Esses fatores somados dão uma sonoridade própria a cada Didgeridoo.

Ele funciona como um amplificador e alterador dos sons provocados pelos lábios, língua e cordas vocais; portanto, são incontáveis as variações sonoras que podem ser criadas.

Assim, saiba: os sons do Didgeridoo não são propriamente do Didgeridoo, mas de quem o toca!

Os Didgeridoos podem ser feitos de vários materiais, como de bambus com diâmetros e características favoráveis, por exemplo, o Madake, Hatiku e Mossô, de árvores e plantas, como eucalipto, embaúba e agave, e também de tubo de PVC, vidro, plástico, papelão e couro enrijecido. Enfim, ele pode ser feito de qualquer material que possa, natural ou artificialmente, se tornar um tubo oco no qual o ar não atrevesse a sua parede.

Os aborígines australianos atualmente o fazem principalmente de eucalipto, pois em seu país há muitas espécies de eucaliptos nativos, além do que há um tipo de cupim, muito comum na Austrália, que torna o cerne dos eucaliptos oco, facilitando assim a produção de Didgeridoos.

Acima, imagem de um de nossos Didgeridoos, lembrando que agora eles não são mais decorados, já que a artista não está mais disponível.